Minimizar para Viver



Li o post da Catarina e senti-me inundada de sentimentos. Não podia vir mais a calhar.
Com a construção da casa em andamento tem sido muitos os sentimentos e muitas as ideias a borbulhar. Consigo ter dezenas de pensamentos ao mesmo tempo tal é o desejo e a ansiedade de ver a nossa casa pronta e nós la dentro a viver o nosso amor.

Até que ontem me ocorreu um pensamento pela primeira vez. As mudanças.
As mudanças vão ser o caos, o drama e o horror. Assim de repente o que me veio à cabeça é que iria demorar bem três meses a levar as coisas para a casa nova.
E não, não tou a gozar.

Há uns tempos tive a mania de destralhar quando o assunto começou a vir a baila em blogs e redes sociais. Andei dias a tirar coisas minhas para o lixo ou para dar. Meti revistas e mais revistas na reciclagem, tirei todos os biblos molduras e outros do quarto e foi tudo parar ao lixo, malas velhas coçadas e sapatos do mesmo acabaram também no lixo. Doei também alguma roupa, mas coisa pouca. E foi isto. Em dias tirei sacos de "tralha" do quarto. Achei que tava no bom caminho, e tava... se tivesse continuado mas ficou por ali.

A um ano da mudança isto escorreu-me e fez-me pensar que secalhar devia meter mãozinhas na massa durante estes próximos tempos de forma a facilitar todo o mundo de morar numa casa nova.




Tenho roupa com mais de vinte anos, mas que vou guardado porque "um dia pode-se voltar a usar", ou "pode ser que um dia me sirva". Malas, sapatos, e acessórios, idem idem. Fiz um closet na minha nova casa e juro que se levar tudoooo não cabe lá. Portanto tenho de meter na cabecinha que devia começar a escolher e definitivamente dar aquilo que não me serve. Sejamos sinceros, nunca mais vou caber numas calças 34. Não vale a pena. Mas e meter isto na cabecinha, e meter isto na pratica? Agarrar naquelas calças boas que me custaram tanto e da-las. Custa.

Depois há todo o mundo do famoso "enxoval" e não venham com teorias que aposto que toda agente tem disto. Coisas que a família vai dando para "quando te casares". E fizeram bem em dar porque sei que tenho lá muita coisa boa e que vai dar um jeitão. Mas também tenho lá muitaaaaaaaaaaaaaa merda que não me interessa.
Mas é preciso meter mãos na massa, tenho de atacar as 2 malas enormeeeees de arrumação, o sótão e a garagem que tem caixotes e mais caixotes de todo um mundo..... lençóis (que aposto que não servem na nossa futura cama de 1,80m largura) cobertores, tollhas wc, toalhas mesa, panos, biblos (nheca), molduras, tupperwares, pratos, copos, talheres, panelas, chávenas e sei lá eu mais o quê. Tenho milhares, milhares de coisas. E se umas me vai saber bem ter (tipo o serviço maiiiiii lindo de talheres que pedinchei à mãe há dois anos no meu aniversário) outras dá vontade de chorar só de olhar para elas. (sem contar as coisas que tem tantos anos que não faço ideia que estão la enfiadas)

Por isso aos poucos tenho de começar a lidar com esta tarefa de forma a facilitar a minha vida, até porque na nossa futura casa quero mesmo uma vida mais minimalista. Com menos tralha, com menos peso. 
Foi sempre algo que quis, menos coisas mas que não foi fácil de meter em prática porque afinal já tinha as coisas ali todas á mão Mas agora, com o aproximar de uma nova vida, é a altura ideal, um começar com menos, com o essencial. Um começar limpo e sem peso.

Não quero viver PARA a casa como tanta gente vive. Quero viver a vida NA nossa casa.


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